Aprendizado: uma experiência do esporte para o mundo de negócios e para vida

Aprendizado: uma experiência do esporte para o mundo de negócios e para vida

Nem sempre somos os melhores, os mais habilidosos e capacitados para algo. Durante toda a minha vida esportiva que se iniciou nos meus nove anos passando pelo voleibol, pelo tênis, pelo automobilismo e agora no ciclismo tenho observado que resultados são fruto de treinamento e desenvolvimento: físico, técnico e emocional.

Independente do tipo de esporte: individual ou coletivo. Primeiramente, vencemos a nós mesmos. Para então, focarmos na fraqueza observada no nosso adversário e investimos em ações que julgamos que serão eficazes e resultarão na nossa vitória.

Para isso, é necessário estar muito bem preparado. Isto significa que, quanto mais você se autoconhecer mais saberá o momento ideal para usar suas habilidades e, ao mesmo tempo, detectar as fraquezas e competências de seu adversário.

O tripé formado pelo treinamento físico, emocional e técnico é essencial. Só sabemos usar aquilo que conhecemos. Estar preparado significa ser capaz de reagir e agir com competência as mais diversas situações, sejam elas adversas ou não.

Ao escrever e ler parece fácil. Na minha cabeça surgem dezenas de experiências vividas ao longo da minha vida esportiva. Treinos e mais treinos, frio, calor, dor, emoção, raiva, medo, força, garra, adrenalina, decepção, exaustão, energia, cansaço, superação, alegria, derrotas, vitórias, lágrimas, sorrisos, discussões, parcerias, amizades, perdas….. não saberia olhar para minha vida e para quem eu sou hoje sem as experiências que o esporte me proporcionou.

Onde tudo começou

Muito cedo quando eu ainda era pré-mirim no voleibol, tinha facilidade e muita habilidade técnica, era destaque em todas as competições. Por outro lado, não sabia perder e nem jogar em equipe durante todo o tempo, pois não aceitava os meus erros e muito menos das colegas de equipe. Muita habilidade técnica e física e pouca habilidade emocional.

Foi neste momento que decidi, concomitantemente, com o voleibol, iniciar o treinamento de tênis. Novamente, a mesma realidade, muita facilidade técnica e pouco controle emocional, no entanto, agora era eu e eu na quadra. Colocar a culpa nos outros não era mais uma opção.

Neste momento, o treinamento emocional teve início, me deparava com meus erros, minhas dificuldades, minhas fraquezas e não podia colocar a culpa em ninguém, não sabia lidar com isso e acabava reagindo de forma impulsiva e agressiva muitas vezes.

Com o tempo, com as experiências, com as partidas, com os aprendizados, com o treinamento, comecei a me autoconhecer, a observar como agia e reagia nas diferentes situações. O que dava certo e o que dava errado.

O esporte individual me trouxe muitas ferramentas que futuramente passei a utilizar no voleibol. Tive oportunidade de me tornar capitã da equipe e, neste momento, a construção de competências de liderança foi possível e, acredito, que a minha maior fraqueza passou a ser o meu maior potencial e a minha alavanca de desenvolvimento. Isto quer dizer que, simplesmente, ao desenvolver minhas competências emocionais, outras possibilidades surgiram e descobri capacidades que até então estavam adormecidas.

O processo

O processo de desenvolvimento foi longo, duro, difícil e recompensador. Aprender a aprender, resignificar e compreender o outro, reconhecer a derrota, respeitar e valorizar o outro, suprir a necessidade do outro, competir com dignidade, superar o medo, a vergonha, revelar a fraqueza e aceitar o auxílio externo, entender que só a habilidade e a competência técnica não me levaria aonde eu queria ir.

Ainda que, não tenha me tornado uma atleta profissional. Tudo valeu a pena. Pelo simples fato de ter contribuído significativamente a ser quem sou hoje. Aprender a aprender é uma lição que me coloca a serviço da ação todos os dias da minha vida.

Estar na ação é atributo do Coaching e motivo pelo qual, hoje, trabalho e acredito neste processo de desenvolvimento humano.

Os dias de hoje: relação com o mundo dos negócios

O que quero dizer com tudo isso, é que não importa qual seja(m) sua(s) maior(es) fraqueza(s), esteja disposto a olhar para isso, tenha coragem e humildade de treinar, de aprender e reaprender, de se conhecer, de ser, de agir. E sua(s) fraqueza(s) poderão se tornar a(s) sua(s) maior(es) alavanca(s) de desenvolvimento.

Quando trabalhamos e desenvolvemos as nossas soft skills (habilidades comportamentais), inevitavelmente, as competências técnicas também são potencializadas. Esse aprimoramento não tem fim, afinal, somos seres humanos e não máquinas.

Mudamos. Nossos adversários mudam. Nossa vida muda. E, é aí que reside a beleza e a grandeza de tudo isso. Estarmos em constante aprendizado e desenvolvimento, chegando cada vez mais perto daquilo que queremos ser. Seja no esporte, no trabalho, em casa ou na comunidade. Vamos jogar o jogo infinito. – Sugestão de livro: O jogo infinito de Simon Sinek.

Não é de hoje, que as competências necessárias para o desempenho de excelência dos profissionais no mundo dos negócios se confundem e se espelham nas competências dos profissionais de sucesso do mundo esportivo. O coaching mesmo, na sua história tem como uma das suas referências o livro: The Inner Game of the Tennis, de Timothy Gallwey, 1974.

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